O Brasil atravessa um momento crítico no que diz respeito às finanças pessoais. Diante de uma realidade em que a inadimplência cresce de forma acelerada, torna-se essencial adotar atitudes preventivas e buscar conhecimento sobre direitos e proteções legais. Este artigo apresenta Crise estrutural de endividamento familiar e oferece um conjunto de soluções práticas para retomar o controle do orçamento.
Os números mais recentes mostram um cenário preocupante: 79,5% das famílias brasileiras declaram ter dívidas a vencer e mais de 76 milhões de brasileiros encontram-se inadimplentes. Essa situação atinge 43% da população adulta do país em forma de boletos e cobranças em atraso, o maior índice desde 2015.
Além disso, 70,5% da renda familiar já está comprometida com o pagamento de dívidas. Esse percentual, aliado a uma inflação persistente, gera um ciclo vicioso onde a necessidade de crédito cresce enquanto a capacidade de pagamento diminui.
O endividamento não surge do nada: resulta de fatores econômicos e estruturais que se sobrepõem há anos.
A combinação desses elementos cria um ambiente em que mesmo famílias com renda média têm dificuldade em manter compromissos financeiros, empurrando uma parcela significativa da população para a inadimplência.
Felizmente, a legislação brasileira oferece mecanismos que visam preservar a dignidade do devedor e evitar a perda total de recursos essenciais.
Para recorrer a essas proteções, o devedor pode buscar orientação jurídica e, se necessário, ajuizar medidas que assegurem a aplicação correta das normas.
Evitar entrar em um ciclo de dívidas exige disciplina e organização. A seguir, algumas ações práticas:
Essas ações ajudam a criar margem financeira para lidar com oscilações de renda e imprevistos, mantendo o controle sobre o bolso.
Além das proteções legais, o consumidor em dificuldade pode contar com apoio profissional:
Advogados e defensores públicos atuam na negociação de dívidas e na defesa em eventuais execuções judiciais. O acesso à Defensoria Pública gratuita é garantido para quem não dispõe de recursos para contratar um advogado particular.
Também existem associações de defesa do consumidor que oferecem orientação e mediação gratuita, contribuindo para soluções menos onerosas e evitando desgastes emocionais e financeiros.
A Confederação Nacional do Comércio projeta que o endividamento familiar deve crescer 3,3 pontos percentuais até o final de 2025, enquanto a inadimplência pode subir mais 1,5 ponto. Essa perspectiva reforça a necessidade de manter práticas financeiras saudáveis.
Para evitar que tais números se tornem ainda mais alarmantes, é fundamental combinar conhecimento dos direitos com inadimplência continua em alta e estratégias de prevenção.
Em síntese, conhecer seus direitos, organizar o orçamento e buscar auxílio especializado quando necessário são passos decisivos para se tornar o verdadeiro defensor do seu bolso. Com atitude e informação, é possível construir uma trajetória financeira estável e livre de surpresas desagradáveis.
Referências